Resenha “13”, Black Sabbath

“13”, por Rogério Talarico

Como anteriormente informado, a MetalConcerts.net teve acesso com exclusividade ao novo álbum do Black Sabbath intitulado “13”, em um evento de audição deste lançamento no escritório da Universal Music, em São Paulo. O álbum que será lançado dia 11 de Junho aqui no Brasil, foi produzido pelo exímio Rick Rubin, e contou com a participação de Brad Wilk (Rage Against the Machine/Audioslave) na bateria. Riffs marcantes, uma pesada bateria, um denso baixo e vocais extremamente arrastados, são palavras que resumem este álbum dos pais do heavy metal. Este que vos escreve contará em detalhes, um pouco sobre a minha visão de um dos álbuns mais aguardados do ano.

“End of the Beginning” (8:07)

A música inicia com Riffs de guitarra e baixo pesados, cadenciados, a canção remete a música “Black Sabbath”, da abertura de seu homônimo primeiro álbum. Ozzy inicia seus vocais quase recitando a música de forma bem arrastada até que a música vira e o clima faz lembrar a carreira solo de Ozzy, até que Iommi inicia um bom solo. Ozzy retoma os vocais e a música termina com um final bem clássico.

“God is Dead?” (8:55)

“God is Dead?” foi a canção escolhida como single deste CD e já é tocada nas rádios no mundo todo. Tem início com Riffs calmos até que a Brad e Ozzy entram em cena, e Ozzy com vocais bem tenebrosos, exaltando as linhas de baixo de Butler, que estão bem altas nesta canção. A música permanece sem evolução, porém prende naquele clima. Acontece uma boa virada com riffs diferentes e Ozzy vociferando diversas vezes o nome da canção até Iommi iniciar um pequeno solo acompanhado por Geezer Butler e Ozzy fecha esta canção.

“Loner” (5:00)

O início remete a clássica “N.I.B.”, também de seu primeiro álbum e é a mais Hard Rock do álbum, e a mais comercial. Assim como “God is Dead?”, possuem linhas de baixo poderosas por toda a canção. Iommi introduz bons solos de guitarra porém bem distorcidos. A música tem altos e baixos e retorna ao clima inicial da canção, e com um refrão bem meloso por parte do Ozzy, ao passo que Geezer e Brad continuam com o marcante passo da canção.  Traz uma sonoridade totalmente atual, talvez pelos vocais do Ozzy e pelo distorcido solo de Iommi.

“Zeitgeist” (4:37)

A canção inicia com risadas maléficas de Ozzy e logo remete a “Planet Caravan” ou até mesmo a introdução de “Sleeping Village”, porém mais trabalhada. Sendo a mais calma do álbum, a música mescla somente percussão e um baixo bem audível fazendo a base, os vocais de Ozzy aparecem bem retificados, porém não estraga o clima desta música. Um solo de guitarra ‘a La T. Bone Walker’ aparece, ao estilo Blues, num dedilhado hipnotizador. Permanece acústica, e encerra. Sem dúvidas uma canção surpreendente, um dos pontos altos em “13”.

“Age of Reason” (7:00)

Pesada. O baixo destacou-se novamente nesta canção, mostrando que abusaram de uma boa forma o talento de Geezer. Iommi entra nesta canção e complementa todo o clima. A canção tem grandes variações e é como se mudassem de música algumas vezes, tamanha a mudança climática desta faixa. Possui uma virada para bem puxada para heavy metal e novamente retorna ao clima cadenciado e pesado se seu início, acompanhado pelo pelas guitarras de Iommi no segundo plano. Uma canção bem heavy, mas não é um dos pontos altos deste disco.

“Live Forever” (4:46)

Inicia de forma clássica, pesada, e ao toque da bateria de Brad – que, na minha opinião, é o destaque desta música -, a musica fica empolgante e bem “comercial’. Iommi introduz um bom solo e a estrutura da canção se eleva e Iommi e Ozzy iniciam uma ligação entre linhas vocais e riffs de guitarras marcantes. Por ser uma canção curta, a música acaba sem mais nem menos, sendo a menos supreendente (pelo menos nesta primeira audição, para este que vos escreve.).

“Damaged Soul” (7:51)

Sem dúvidas, o maior destaque de “13”. A canção inicia com um som que faz referencia a ‘vozes na rua’ até a guitarra de Iommi surpreender. As linhas de bateria estão altamente trabalhadas assim como as de Ozzy, que lembram bem a era clássica da banda – como em “War Pigs”, por exemplo -, até que Iommi faz uma boa virada e inicia um solo arrebatador, sendo um dos destaques desta canção. A música se estende e novamente outro grande e impactante solo de Iommi, dedilha sozinho ao estilo blues e só se ouve o som de sua guitarra, outro ponto forte da música. A música retorna para o clima inicial e fica bem pesada, terminando de forma excepcional. E tão grande a variação musical desta canção e é tão bem trabalhada que fica quase impossível descrevê-la.

“Dear Father” (7:20)

Inicia deforma bem melosa e aos poucos cresce, com muito peso. Conta com linhas vocais bem arrastadas e ’deprês’ em seu refrão, acompanhados por um baixo extremamente audível e novamente outro refrão, com a guitarra de Iommi assumindo a canção e fazendo conexão de outra dimensão da música. Com a voz de Ozzy ecoando, ocorre uma nova virada, desta vez bem rápida, e a música retorna ao clima inicial, com as baquetas de Brad fazendo um ótimo trabalho nesta parte. A música encerra-se com trovões, som da chuva e sinos, remetendo ao início da primeira música de seu primeiro álbum, “Black Sabbath”, certamente fechando o ciclo de uma forma magnífica e nos dá a livre interpretação que este é realmente o último registro em estúdio desta banda que fez história no Heavy Metal.

O álbum como um todo está excelente, bem trabalhado e realmente remete a era clássica do Black Sabbath, porém gravado com equipamentos diferentes do que os usados nos anos 60/70, então seria impossível exigir ou comparar o novo álbum com seus primeiros registros pois não somente os equipamentos evoluíram, mas também os métodos, as equipes,  a forma de composição, de gravação, etc. Os mestres envelheceram, mas não perderam sua essência.  “13” é um disco moderno, surpreendeu, inovou e conseguiu manter sua estrutura, de forma que é um disco que deve ser ouvido por diversas vezes, para entendê-lo.

“13”, será lançado em sua versão simples e também numa versão deluxe, contendo 3 musicas bônus, via Universal Music no Brasil na próxima terça-feira, dia 11 de Junho.  Há uma versão em Vinil, ainda sem previsão de lançamento no Brasil.

Banda:
Ozzy Osbourne – vocal
Tony Iommi – guitarra
Geezer Butler – baixo
Brad Wilk – bateria

Track List:

1. “End of the Beginning” (8:07)
2. “God is Dead?” (8:55)
3. “Loner” (5:00)
4. “Zeitgeist” (4:37)
5. “Age of Reason” (7:00)
6. “Live Forever” (4:46)
7. “Damaged Soul” (7:51)
8. “Dear Father” (7:20)

Duração do álbum: 53min32seg

Agradecimentos ao Jun Junior, Natália Pinheiro e a Danielle Lage da Universal Music pela atenção.

Rogério Talarico

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